terça-feira, 22 de janeiro de 2008

[Heath Ledger: Suicídio ou assassinato?! :/]

Eu estava acordada a cerca de 40minutos...

Eram 8 da noite (sim eram 8 da NOITE e eu
havia acabado de acordar, será que dá
pra focar no problema real?),

e eu estava com minha irmã procurando
lentes de contato na internet.

Um amigo dela... pelo msn, largou a bomba.
Eu axei que era de outro 'Joker' a quem ele
se referia. Não este.

Heath o novo Joker, possivelmente
o melhor que a sétima arte verá. Que fará UNICA apresentação.

Heath foi encontrado morto, em sua cama, cercado de pilulas.
A pergunta capciosa, que provavelmente tirará o meu sono hj,
é... Ele se matou, ou o mataram? oO



Heath tinha 28 anos, estava no topo. Sua filha tem 2anos.

Quando fiquei sabendo que seria ele o Coringa, o Joker, melhor vilão da história dos quadrinhos, pesadelo de Batman, fiquei extremamente feliz! Sabia que ele seria PERFEITO, e com o trailler, que assisti assim que saiu, confirmei, sim ELE ESTÁ PERFEITO. *.*
O filme já está pronto... Certamente será lançado, afinal,
o show tem que continuar, e Hollywood não pára pra ninguém.

O mais 'engraçado', num pequeno trocadilho fazendo alusão
ao piadista sádico, Coringa, é que este personagem é totalmente louco,
e logo após interpretá-lo, o cara aparentemente se mata???
Timing estranho, né?
Coisa de Hollywood.

Mas eu e muitos fãs.. certamente ficaremos parados aqui,
tentando entender... o que realmente se passou, naquele
apartamento no SoHo, em NY nesta fatídica tarde de terça-feira.

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[FIM DE TRANSMISSÃO]
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sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

[ Xingar é preciso :x ]

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à quantidade de “foda-se!” que ela fala.Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”? O “foda-se!” aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. “Não quer sair comigo? Então foda-se!”. “Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!”. O direito ao “foda-se!” deveria estar assegurado na Constituição Federal.
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Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. “Pra caralho”, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que “Pra caralho”? “Pra caralho” tende ao infinito, é quase uma expressão matemática.
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A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende? No gênero do “Pra caralho”, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso “Nem fodendo!”. O “Não, não e não!” e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade “Não, absolutamente não!” não o substituem. O “Nem fodendo” é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida.
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Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo “Marquinhos, prestatenção, filho querido, NEM FODENDO!”. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio.

Por sua vez, o “porra nenhuma!” atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a bravata daquele chefe idiota senão com um “é PhD porra nenhuma!”, ou “ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma! O “porra nenhuma”, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha. São dessa mesma gênese os clássicos “aspone”, “chepone”, “repone” e, mais recentemente, o “prepone” - presidente de porra nenhuma.
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Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um “Puta-que-pariu!”, ou seu correlato “Puta-que-o-pariu!”, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba… Diante de uma notícia irritante qualquer um “puta-que-o-pariu!” dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.
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E o que dizer de nosso famoso “vai tomar no cu!”? E sua maravilhosa e reforçadora derivação “vai tomar no olho do seu cu!”. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: “Chega! Vai tomar no olho do seu cu!”. Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima.. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios.
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E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu!”. E sua derivação mais avassaladora ainda: “Fodeu de vez!”. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa.
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Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? “Fodeu de vez!”.



(Millôr Fernandes)
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